Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, é preciso refletir: em tempos de crise climática o que está sendo feito para os que mais sofrem com este desequilíbrio ambiental? Não se pode negar que as pessoas mais afetadas pelas mudanças climáticas são as que encontram-se em situação de pobreza extrema e desigualdade social e econômica.
Estes indivíduos são os que menos contribuem para as causas destas mudanças, mas infelizmente os que mais sofrem com seus efeitos devastadores. Vivem no dia a dia o racismo ambiental, que afeta as mulheres negras, os povos indígenas, quilombolas, sem falar nas questões de gênero. É sobre isso. É preciso falar a respeito disso e, mais ainda, ouvir estas comunidades que são historicamente impactadas por este descompasso.
Pesquisas recentes trazem estas reflexões. O Relatório ‘Justiça Climática Feminista: Um Quadro para Ação’, da ONU Mulheres, revela a importância de integrar a perspectiva de gênero na luta contra a crise climática, reconhecendo que as mulheres são particularmente afetadas pelas mudanças ambientais.
O estudo do o GT de Gênero e Justiça Climática, do Observatório do Clima ‘Quem precisa de justiça climática no Brasil?’ destaca que: “Apesar de maior conscientização sobre o tema nos últimos anos, a discussão continua concentrada em grupos de países e de pessoas do Norte Global que, como buscaremos demonstrar, serão menos impactados e podem ser considerados, em sua maioria, historicamente responsáveis pela crise climática.
Conforme publicado pelo WRI Brasil, alguns dados de acesso a serviços básicos também mostram as disparidades sociais. “Embora representem 56% da população brasileira, pretos e pardos correspondem a 66% das pessoas sem acesso ao abastecimento de água, segundo o Instituto Trata Brasil. Já a população indígena é a mais impactada proporcionalmente, com 19 a cada 100 pessoas nessa situação. Mais de 70% das pessoas que vivem sem água tratada estão abaixo da linha da pobreza”. (Fonte: WRI Brasil https://share.google/HsBppUqPfIsXMOHJD).
Diante desta urgência da crise climática é necessário olhar de forma ampla para esta situação e chamar a comunidade para participar dos processos de construção de caminhos possíveis para uma vida com justiça social e ambiental.